domingo, 31 de julho de 2011

OS 5 MAIS - Lances da semana em que o esporte se misturou com o humor



5)
Rampage Jackson inova durante evento de apresentação do UFC

Rampage Jackson participará do UFC 135 desafiando Jon Jones, atual campeão dos meio-pesados. Depois de posar para as tradicionais fotos frente a frente que antecedem o combate, Rampage resolveu inovar e fez mais uma das gracinhas e provocações tradicionais entre os lutadores de MMA.






4) Irritado com arbitragem, jogador do Vitória tenta acertar juiz com um chute
Rildo, atacante do Vitória, se irritou com a falta apitada e jogou a bola em cima do árbitro. Inconformado por ter recebido o cartão amarelo, o jogador reclamou muito e acabou sendo expulso. Não satisfeito o atacante ainda tentou chutar o juiz.  E lá vem o STJD...






3) Torcedor palmeirense manda recado afetuoso para Neto
As transmissões esportivas no Brasil sempre gostam de mostrar os recados dos torcedores nas arquibancadas para os narradores e comentaristas das redes de TV. No jogo Figueirense X Palmeiras a torcida alviverde mandou um carinhoso recado para Neto, comentarista da Band e torcedor declarado do Corinthians. Que beleza, né Luciano do Valle?






2) Loco Abreu ou Herrera?
Em entrevista após o fim da partida com o Cruzeiro, o atacante botafoguense Loco Abreu foi confundido por um repórter que o chamou Herrera. O uruguaio não gostou muito de ser trocado por seu companheiro de ataque argentino...






1) Mas afinal, quem foi melhor: Ronaldo ou Romário?
Na cerimônia de sorteio dos jogos para as eliminatórias da Copa de 2014, o apresentador Tadeu Schmidt trocou o nome de Ronaldo simplesmente pelo de Romá... Uma gafe global, com direito a transmissão mundial.





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Sem falsa modéstia ou arrogância, reforços se auto-elogiam em coletivas de apresentação

Gerley e Piris, novos reforços de Palmeiras e São Paulo, justificam suas contratações destacando o que consideram ter como boas características

A
s últimas semanas marcaram a apresentação de alguns reforços nos clubes brasileiros para o restante da temporada 2011. Em meio aos discursos inflamados de dirigentes que gostam de aparecer nos bons momentos, sobram críticas aos jogadores desconhecidos que chegam sob os olhares desconfiados da mídia e da torcida.

Quando os reforços vem de times de menor expressão ou estavam "escondidos" no futebol estrangeiro, a coletiva de apresentação terá, mais cedo ou mais tarde, alguma das clássicas perguntas: "Mas e aí, fulano... Como é o seu futebol? Quais são as suas características? Como você se define em campo?".

Espera-se que, nesta hora, os jogadores se apresentem e expliquem como se posicionam em campo, destacando os seus pontos fortes e explicando porque chamaram a atenção de um grande clube. Tudo normal, mas basta que o profissional realize um auto-elogio ou comente alguma característica que considere ter como positiva e pronto, surgem os críticos azedos para reclamar da falta de modéstia e da arrogância dos desconhecidos que acabaram de chegar no clube. "Nem chegou e já está falando como se fosse craque"... "Esse jogador está se achando o novo Pelé"... Quanta chatice por conta de uma simples resposta!

Acompanhei a coletiva de apresentação do lateral esquerdo Gerley, no Palmeiras, e do lateral direito Piris, no São Paulo. Os dois destacaram seus pontos fortes e tentaram justificar o motivo de suas contratações. Algo óbvio, perfeitamente compreensível, como o que é realizado por um vendedor que tenta a qualquer custo passar uma boa impressão ao cliente. É claro que o profissional irá destacar as qualidades de seu produto, não seus defeitos. Estranho seria ver um lateral dizendo que é lento, que não sabe cruzar, não marca ninguém, completando o discurso afirmando que não entende o porquê de sua contratação...

Se o jogador fala o óbvio todo mundo critica pela falta de personalidade e por simplesmente reproduzir o discurso boleiro. Quando faz um auto-elogio é tachado de arrogante. Fica difícil agradar aqueles que gostam mesmo é de criticar... Ainda não se pode fazer nenhuma avaliação de Gerley ou Piris por suas estréias em Palmeiras e São Paulo, mas ao menos no discurso os jogadores estão preparados para arrebentarem em seus clubes.

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O que eles falaram?
Reveja algumas das declarações que renderam a classificação de arrogantes aos novos laterais de Palmeiras e São Paulo

Eu me considero uma aposta sim, apostaram as fichas em mim, e eu acho que posso ser diferente aqui, mostrar meu futebol e ir bem sim”. - Gerley, lateral esquerdo de 20 anos em sua apresentação pelo Palmeiras.

Tenho um estilo de habilidade, veloz, bastante marcação, esse é o meu estilo de jogo. A qualidade nossa é bater na bola, é uma facilidade muito grande. O que eu posso melhorar mesmo é o cabeceio, que os treinadores anteriores falavam comigo”. - Gerley comenta seus pontos fortes em sua primeira coletiva pelo Palmeiras.

Eu corro muito, tenho uma qualidade física muito boa. Gosto de defender, defendo muito bem. Aqui vou seguir melhorando. Quero melhorar minha passagem ao ataque e ser um lateral completo”. - Paraguaio Piris, novo lateral direito do São Paulo em discurso pouco usual em apresentações de jogadores no futebol brasileiro.
Eu acho que sou um dos melhores. Estou em um bom caminho, trabalhando no dia a dia para isso. E sabemos que os paraguaios têm muita garra” - Piris se diz um dos melhores marcadores da América do Sul. Torcida são-paulina espera que o futebol apresentado seja do mesmo nível do discurso.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Propaganda da Nike faz uso da mítica de La Bombonera para incentivar jogadores e orgulhar torcida do Boca

As propagandas criadas em cima da imagem de garra e raça do futebol argentino continuam sendo a fórmula de sucesso na publicidade dos hermanos. A nova propaganda da Nike intitulada "El dia que La Bombonera hablo" (O dia que La Bombonera falou) foi divulgada nesta semana no Youtube e já possui milhares de acessos.

Confira a mais recente campanha publicitária de sucesso envolvendo o futebol na Argentina:


Elano perde outro pênalti e vê Felipe responder cavadinha com embaixadinhas

No épico jogo entre Santos e Flamengo, a polêmica do pênalti sofrido por Neymar e batido por Elano não ganhou a mesma repercussão que ganharia caso tivesse ocorrido em um jogo normal, de vitória magra ou resultado comum. A anormalidade do placar e a qualidade do futebol apresentado na Vila Belmiro acabaram ofuscando o lance da penalidade.

Que houve pênalti de Willians em Neymar não se discute. Contestável foi o fato de Elano ter sido escalado para a cobrança após ter isolado o pênalti no jogo da Seleção Brasileira contra o Paraguai pela Copa América. Pode-se argumentar que Elano é o batedor oficial do Santos e que não poderia perder o posto por conta de uma cobrança mau executada na Seleção. Ok, até aí é compreensível...

Esperava-se, porém, que o jogador realizasse uma cobrança sóbria, sem invenções, escolhendo o canto e batendo com força. Sem pensar simples e esbanjando auto-confiança Elano foi inventar de fazer a cavadinha e viu Felipe segurar a bola com tranquilidade, como se recebesse um recuo. Se o santista quis bater de uma maneira diferente, o rubro negro também resolveu inovar ao defender e saiu fazendo embaixadinhas após ter o domínio da bola para sair jogando na sequência... Goleiro não gosta de tomar gol de pênalti batido com cavadinha. Ao defender a cobrança, Felipe se viu no direito de sair jogando com uma gracinha que pode ser encarada como provocação da mesma forma como o modo de cobrança da penalidade.

Não se discute a qualidade técnica de Elano até porque o jogador não precisa mais provar nada em sua vitoriosa carreira como jogador. No entanto, como a fase vivida pelo volante não é das melhores, poderia ter batido simples e objetivamente, aumentando as chances de marcar o gol e, quem sabe, ter mudado a história do jogo.


Reveja o lance da cavadinha de Elano e das embaixadinhas de Felipe. Para você vale o tipo de cobrança do volante e a forma de defesa do goleiro?

Espetáculos em campo. A noite em que o Campeonato Brasileiro fez lembrar dos tempos de Pelé...

Alguns jogos de futebol são capazes de despertar a atenção de todo e qualquer torcedor. Dos fanáticos das arquibancadas aos chamados "torcedores de Copa", quando a partida é boa e o futebol é bem jogado, não precisa que seu time esteja em campo para que o confronto seja prazeroso de se assistir. Santos X Flamengo e Coritiba X São Paulo realizaram aquelas partidas em que fizeram o que se espera em um jogo de futebol: gols. O raro futebol ofensivo deu as caras para presentear os times que jogam para vencer e não os que entram em campo para garantir primeiro o empate e, se possível, sair com uma vitória magrinha, daquelas que facilmente embalam o sono os torcedores que esperam o final da novela para ver seus times em campo.

Em 26 minutos de jogo na Vila Belmiro o Santos já vencia o Flamengo por 3 a 0 em mais uma noite de consagração do talento de Neymar. A intimidade que o craque do moicano loiro tem com a bola impressiona, não a toa fez uso de seu vasto repertório de habilidade e molecagem na partida... Dribles desconcertantes, arrancadas com a bola rente aos pés e até um passe de bicicleta já estando caído no chão. Enquanto o menino que é a esperança da atual geração da Seleção Brasileira arrebentava pelo lado alvinegro, o veterano que já teve sua fama com a amarelinha resolveu mostrar que ainda joga muito, calando os críticos que o perseguem em um dia e o glorificam no outro.

Apesar da larga vantagem no placar nos 30 primeiros minutos aparentar um massacre santista, o resultado não refletia o que era a partida uma vez que o Flamengo também chegava ao ataque sempre oferecendo perigo. No fim do primeiro tempo os cariocas conseguiram um impressionante empate, jogando um balde de água fria nos mais animados torcedores da Vila que achavam que contariam uma lendária história de pescador da noite em que o peixe engoliu o urubu.

Enquanto o jogo da Vila iniciava o segundo tempo sem a menor pista de quem venceria a disputadíssima peleja, o São Paulo chegava para a segunda etapa de maneira tranquila, vencendo por 3 a 0 em um estilo que tem marcado o time do Morumbi. Não é de hoje que os tricolores tem levado fama por vencer (e convencer) em difíceis partidas longe de seus domínios e fracassar enquanto mandante. Para citar alguns exemplos somente nesta edição do Brasileiro, o São Paulo bateu Fluminense, Atlético Mineiro e Internacional fora de casa e empatou com Atlético Goianiense e perdeu para o Botafogo jogando no Morumbi. Incompreensível se futebol fosse lógica. Sorte que não é.

Se Neymar seguia sendo reverenciado na Vila ao desempatar o jogo para o Santos logo no início do segundo tempo, Lucas justificava no Couto Pereira porque o São Paulo fez bem ao recusar proposta de R$60 milhões da Inter de Milão por seu futebol e marcou um golaço ampliando o placar para 4 a 0 também no começo da segunda etapa. Os tricolores mais animados já sonhavam com a clássica máxima futebolística do "três vira e seis acaba" para contar piadinha no trabalho no dia seguinte...

Para os que achavam que Flamengo e Coritiba não teriam técnica e força para superar as estrelas de Neymar e Lucas, eis que surge a graça do futebol. Capitaneado por Ronaldinho, o Fla seguiu pressionando o Santos e teve nos pés do Gaúcho talentoso os dois gols que lhe deram a épica vitória sobre o Peixe no alçapão da Vila Belmiro. Final de jogo e vitória por 5 a 4 do Fla em noite que os torcedores da Vila Belmiro viram um espetáculo em que se lembraram dos tempos de Pelé. A chateação por perder um jogo que parecia ganho foi facilmente superada por muitos que sentiram-se honrados por terem visto um jogo emocionante, épico e majestoso, para não seguir despejando uma lista de adjetivos positivos.

No estádio do Coxa o dono da casa foi valente e assustou a abusada torcida paulista que fazia ecoar o provocativo grito de olé em Curitiba. O silêncio dos torcedores do time paranaense logo mudou de lado e perturbou os tricolores que viram o São Paulo quase deixar de ganhar uma partida em que vencia por 4 a 0. No Couto Pereira o Coritiba não teve o privilégio do Fla e não pode contar com o talento de um outro Ronaldinho Gaúcho, mas merecia ter empatado a partida finalizada em 4 a 3 pelo espírito de luta demonstrado no segundo tempo em que o São Paulo falhou excessivamente como fez o próprio Coxa na primeira etapa.

Independentemente dos vencedores, Santos, Flamengo, São Paulo e Coritiba jogaram como o torcedor de futebol gosta de ver. As partidas foram marcadas pela incansável busca ao gol e, como já diria Falcão, vocalista do grupo O Rappa, é gol o que as torcidas querem ver ao assistir seus times em campo. É a falta do ápice do jogo o que chateia e entedia tantos jogos oficiais que ficam com cara de pelada no atual cenário burocrático e retranqueiro do futebol. Vários foram os golaços e jogadas para empolgar, como há muito tempo não se via em tamanha quantidade em uma única partida. Que essas partidas sirvam de exemplo para o restante do Campeonato Brasileiro...

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Além de quantidade teve qualidade. Confira os golaços dos jogos de Santos X Flamengo e Coritiba X São Paulo.


Santos 4 X 5 Flamengo:




Coritiba 3 x 4 São Paulo:



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segunda-feira, 25 de julho de 2011

Balotelli e sua incrível capacidade de se prejudicar...

Mesmo em período de pré-temporada, Mario Balotelli, atacante do Manchester City, não perde a oportunidade de se complicar. No jogo com o Los Angeles Galaxy, time onde joga David Beckham, Balotelli foi lançado e saiu na cara do gol, mas preferiu não aproveitar a clara oportunidade de marcar e optou por fazer uma jogada dessas que só se vê em peladas de bairro...

Desperdiçando o gol, Balotelli irritou os jogadores do City e principalmente o técnico Roberto Mancini que imediatamente o substituiu. Por conta da gracinha o time de Manchester só foi vencer o jogo nos pênaltis já que a partida terminou em 1 a 1 no tempo normal. Aos poucos e por bobeiras Balotelli vai minando sua carreira...


Confira o lance que irritou o técnico Roberto Mancini:

Curtinhas radiofônicas

Hora do Brasil: Em parceria com a FIFA o Ministério do Esporte elaborou um conjunto de regras para a Copa do Mundo de 2014. Um dos itens que mais chama a atenção no documento oficial é o fato da FIFA ter total controle sobre os preços dos ingressos, podendo até vetar a meia entrada para os jogos do Mundial. O destaque é que Orlando Silva, Ministro dos Esportes e ex-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), conhece bem os direitos dos estudantes uma vez que construiu seu nome em sua defesa. O preço dos ingressos deve variar entre R$150 a R$1500, valores completamente acessíveis e dentro da realidade do povo brasileiro. Já é bom comprar a pipoca e ir ajeitando o sofá na sala...

Hora do Brasil 2: "Estive com Dilma Rousseff há seis meses para uma conversa sobre futebol feminino. É uma pessoa encantadora, muito simpática. Quero que ela me ajude" - Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro, presidente do Santos, avisa que pode recorrer a presidente Dilma Rousseff para defender Neymar do assédio europeu e mantê-lo no Santos. Se depender da simpatia da governante, o Santos não deve ter Neymar por muito tempo...

Sem sintonia: Alexandre Kalil, presidente do Atlético Mineiro, reclamou que o time foi "assaltado" na derrota por 2 a 1 para o Vasco no Ipatingão. O Atlético é o 15° colocado no Campeonato Brasileiro, posicionado na área inferior da tabela onde já se habituou a permanecer na gestão de Alexandre Kalil. 67 reforços foram contratados em 3 anos, número que corresponde a praticamente um novo elenco por temporada... E a culpa é do juiz.

Chiadeira: “Não tem que comemorar b... nenhuma. Vai tomar no... Um jogo fácil destes aí e não aproveitamos as chances”,  - Marcos Aurélio, atacante do Coritiba, em uma declaração digna de um lorde. Após a repercussão negativa de sua entrevista, o jogador do Coxa afirmou que não teve a intenção de menosprezar o adversário e só estava irritado por ter sido substituído. Só isso.

Chiadeira 2: "O Fred manda na arbitragem no Brasil, não é só no aqui no Rio, é no país inteiro" - Felipão reclama da pressão de Fred sobre o árbitro Heber Roberto Lopes. No jogo em que o Fluminense venceu o Palmeiras por 1 a 0, o técnico do alviverde só esqueceu que a arbitragem anulou um gol legal do time carioca.

Intervalo: A Premier League divulgou o ranking dos jogadores que atuam no futebol inglês que mais vendem camisas pelo mundo. O atacante do Manchester United e da Seleção Inglesa, Wayne Rooney, lidera na temporada 2010/2011. Fernando Torres, do Chelsea, é o segundo mais popular após ter vencido nas duas últimas temporadas. Gerrard (Liverpool), Javier Hernández (Manchester United) e Van Persie (Arsenal) completam os cinco primeiros colocados.

"Abrem-se as cortinas, começa o espetáculo": Dois dias depois de ser absolvido das acusações de doping, César Cielo conquista o ouro nos 50m borboleta no mundial de Xangai. Uma vitória em um momento decisivo capaz de afastar as desconfianças e torná-lo mais preparado para as provas de 50m e 100m livre (disputas onde já possui o título de campeão mundial).

"E que goooool!" - Estando a 40 metros do gol, Wallyson chutou forte e por cobertura marcou um golaço que deu a vitória ao Cruzeiro sobre o Corinthians. A estréia do goleiro Renan no gol alvinegro poderia ter sido melhor...





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sexta-feira, 22 de julho de 2011

Nostalgia e alegria com a volta das bandeiras aos estádios de São Paulo


A
pós mais de 15 anos de discursos politicamente corretos e fracassadas tentativas de acordo, as bandeiras estão de volta aos estádios de São Paulo. A decisão foi resultado da assinatura de um termo oficial entre torcidas organizadas do Estado de São Paulo e Ministério Público que registra oficialmente o objetivo de reduzir a violência entre torcedores em partidas de futebol.

Há tempos o futebol paulista precisava de uma medida que trouxesse de volta a festa nas arquibancadas. A justificativa de combater a violência acabou com a alegria das torcedores que agitavam suas bandeiras durante os jogos e protagonizavam lindos espetáculos. Com o receio de que alguns objetos pudessem ser utilizados em confrontos entre vândalos que se disfarçam de torcedores, tudo passou a ser proibido nos estádios de São Paulo: mastros, bandeiras, pedaços de papel picado, fogos de artifício, sinalizadores... Até o simples e companheiro radinho de pilha não era liberado facilmente, dependendo do rigor da revista policial.

Durante anos os bons torcedores de São Paulo foram punidos pelos vândalos que misturam rivalidade com criminalidade. O bom senso das autoridades finalmente prevaleceu e a partir de agosto as bandeiras voltam aos estádios paulistas trazendo consigo a nostalgia e alegria dos tempos em que reinavam nas arquibancadas.

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Relembre alguns jogos históricos que fizeram a festa das torcidas (e das bandeiras) nas arquibancadas:




Corinthians Campeão Paulista de 1979 (Corinthians 2 x 0 Ponte Preta):




Palmeiras Campeão Brasileiro de 1993 (Palmeiras 2 x 0 Vitória):




São Paulo Campeão Brasileiro de 1991 (Bragantino 0 x 0 São Paulo):

Kleber: de jogador a ator


D
epois de muitos capítulos na última novela do Palmeiras, Kleber finalmente fez a sua sétima partida no Campeonato Brasileiro e não há mais a possibilidade de se transferir para outro clube nacional em 2011. Por hora vai embora o fantasma de nome Flamengo.

A garantia da permanência de Kleber no Palmeiras é talvez o principal reforço do clube para o restante do Brasileiro. Atacante de nível técnico acima da média e diferenciado por sua persistência e vontade dentro de campo (características que lhe renderam o apelido de "Gladiador"), o camisa 30 é o tipo de jogador que toda torcida gostaria de ter em seu time. Torcedor aceita muitos defeitos em um jogador que veste o "manto sagrado", exceto corpo mole e falta de vontade em campo, fatores que definitivamente não se vê no estilo brigador de Kleber.

O problema é quando o chamado "estilo brigador" ultrapassa os limites e torna-se uma característica problemática, sendo a briga o lado negativo do futebol e não mais a raça e o suor da camisa em campo. Kleber já passou há muito tempo da fase em que precisa provar sua técnica e eficiência como jogador, mas ainda falta muito para se mostrar confiável em suas atitudes. Nas últimas semanas o atacante foi destaque da imprensa esportiva por todos os motivos, exceto pelo futebol apresentado.

Apesar dos seguidos problemas envolvendo sua permanência, contusão e ausência nos últimos jogos do Palmeiras, a imagem de Kleber segue em alta no clube, fato que chega a causar estranheza, como se o jogador estivesse acima do bem e do mal. Embora negue, Kleber tentou ir para o Flamengo por conta de uma melhor proposta salarial. Nas últimas semanas, considerado pelo departamento médico do Palmeiras apto para jogar, se atrapalhou todo ao dizer que ainda estava lesionado e fez duras críticas a diretoria de futebol do clube, fato condenável por desrespeitar a hierarquia no ambiente profissional, independentemente de estar ou não com a razão.

Mesmo com Marcos em campo, Kleber ainda é o capitão do Palmeiras, ídolo e com muito a contribuir ao time. Não precisa ser do tipo de jogador que joga para a torcida e protagoniza lances desnecessários para atrair os holofotes da mídia, como a teatral cena que fez diante do Flamengo ao não devolver a bola e partir para cima do adversário que esperava uma atitude de "fair play". Já está na hora de equiparar suas atitudes ao que faz como jogador de futebol. Falta respeito e coerência em suas decisões e declarações, como o que fez ao criticar ácida e publicamente os dirigentes do Palmeiras e ao justificar a não devolução da bola ao Flamengo devido a falta de espírito esportivo do adversário em outros lances da mesma partida. Não se pode dar resposta a um erro cometendo um outro, conforme tem feito seguidamente o atacante. Há tempos Kleber vem merecendo uma vaga na Seleção Brasileira, só precisa mudar a mentalidade de querer ser o gladiador além das quatro linhas.


Reveja o lance da polêmica do fair play diante do Flamengo:

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Saudades de Telê Santana...


e da forma como conduzia os times que treinava... Ao assistir Botafogo X Corinthians e ver o cabelo do zagueiro Fábio Ferreira fiquei com duas dúvidas.

1) Se for preciso cabecear uma bola com a parte de cima da cabeça o jogador não terá receio em estragar seu exótico penteado?

2) Será que o zagueiro teria espaço no time se Telê Santana estivesse vivo e no comando do Botafogo? Ok... Essa ficou fácil de responder...

Saudades de Telê e dos tempos em que a vontade de jogar bola prevalecia sobre a vontade de aparecer por vários outros motivos que não são o futebol.

terça-feira, 19 de julho de 2011

4 pênaltis perdidos e 5 declarações sobre a eliminação brasileira na Copa América



A grama estava saindo, como todos puderam ver, e tinha um buraco. Sei que para o adversário também estava ruim, mas, como já disse, o brasileiro tem uma técnica mais apurada para bater” - Mano Menezes. A culpa não foi do gramado, da bola ou do estádio argentino que estava amaldiçoado para os brasileiros. O problema é a "técnica apurada" de Elano, Thiago Silva, André Santos e Fred para cobrar pênaltis. Quanta precisão em uma justificativa pelo fiasco nos pênaltis.

Nem sempre as coisas saem como queremos, mas precisamos manter a cabeça erguida. É vida que segue. São grandes jogadores, que vão amadurecer bastante com essa derrota" - Maicon analisa o futuro da Seleção de maneira em discurso inédito. Só faltou completar com o fato de não existir mais bobo no futebol.

Não era esperada essa eliminação. Estamos criando uma identidade nesse grupo e a sorte não estava ao nosso lado. Agora é voltar para casa. Mas estamos realizando um bom trabalho" - Alexandre Pato explica a derrota da seleção. Faltou sorte ou competência?

Eu não acompanho muito a seleção. Prefiro ver o Brasileirão ou a própria Série B, que aparece alguns bons jogadores. Particularmente, acho a Copa América bem fraca. Os próprios argentinos não ligam muito, mesmo o campeonato sendo lá. A minha seleção tem três cores" - Rogério Ceni não perde a oportunidade de alfinetar a CBF e mostra porque é, cada vez mais, ídolo absoluto da torcida são paulina e odiado pelos rivais.

Por isso que se chama FUTEBOL" - pelo Twitter, Neymar concede a mais filosófica e esclarecedora explicação a respeito da histórica eliminação brasileira.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Sem graça e sem raça, amarelinha perde o brilho a cada jogo

Desbotada, camisa da seleção não anima o brasileiro e não joga sozinha

A
precoce e patética eliminação do Brasil na Copa América escancarou o pouco caso com que a seleção brasileira vem sendo acompanhada pelos torcedores. Apesar de não ter realizado nenhuma pesquisa oficial, vejo como cresce o número de pessoas desmotivadas e desencantadas com a amarelinha.

As cobranças de pênalti que seriam motivo de vergonha e tristeza décadas atrás, foram alvo de piadas e esculhambação nos comentários em tempos de redes sociais. O torcedor não se identifica mais com a Seleção e o fato de não atravessar a melhor fase técnica não é o motivo para a crescente rejeição da amarelinha no país do futebol. Por maior que fosse o esforço dos locutores na TV e no rádio, a cobrança de pênaltis não causou a tensão que se esperava para o momento.

Apesar de serem importantes, as vitórias não são o maior motor de uma paixão no esporte. Prova disso é o fanatismo dos torcedores uruguaios que há tanto tempo não veem a Celeste no alto do pódio. Muitas gerações não viram o Uruguai campeão mundial pela última vez em 1950, no Brasil, mas nem por isso deixam de apoiar. Torcem e cantam sem parar porque sabem que os jogadores que vestem a camisa de sua seleção jogam com amor e, na linguagem popular, "suam sangue" em campo.

Enquanto isso, na seleção brasileira, vemos jogadores acomodados com o sucesso profissional em seus clubes e o status de jogar com a camisa amarela. Populares fora de campo, intocáveis e inacessíveis pelo alto som de seus largos fones de ouvido e truculência de seus seguranças, o estilo popstar dos que vestem a amarelinha incomoda.  Aí mora o problema. Há anos o Brasil vem jogando com o nome e a tradição que construiu no futebol, esquecendo-se de simplesmente jogar bola. O país com mais Copas do Mundo ainda não se deu conta que não ganha quando quiser e que não tem mais a supremacia do passado em relação aos seus adversários, basta ver a extrema dificuldade que encontra em times que seriam batidos facilmente em outros tempos.

Não perdemos por falta de um ou outro jogador. Tava todo mundo lá... Neymar, Ganso, Pato, Lucas... Perdemos pela arrogância e apatia que se tornou habitual. Temos jogadores talentosos e contamos com a força de nossa camisa, mas falta a humildade de reconhecer que estamos longe de ser a melhor seleção de futebol da atualidade. Tecnicamente o Brasil tem mais time do que a seleção uruguaia, mas se compararmos a raça e o espírito de equipe, perdemos de goleada pela apatia e descaso de nossos jogadores mais preocupados com vaidades mesquinhas do que com o sucesso de uma geração.

Mudando de esporte mas não de assunto, vale utilizar o exemplo  da situação da Seleção masculina de vôlei, multicampeã na era Bernardinho. Ganhou tudo, bateu em todo mundo. As conquistas não reduziram a obsessão por novas glórias. No último jogo, porém, o time foi derrotado na tentativa de conquistar a décima Liga Mundial. A vitória não veio, mas não por isso o vôlei masculino não deixou de ser reconhecido pelos torcedores no Brasil.

O empenho e dedicação da equipe comandada por Bernardinho nos dá orgulho e certeza da realização de um trabalho sério e comprometido. Dessa forma o resultado acaba se tornando uma consequência da dedicação de cada jogador da equipe que reativou o gosto do brasileiro pelo vôlei. Na seleção de Bernardinho não adianta jogar bem. Joga quem se empenha e faz por merecer tanto pela vontade quanto pela qualidade técnica. Não sou da corrente que imagina como seria o futebol da Seleção com o comando de Bernardinho, mas ainda sonho com a raça do vôlei na ponta de nossas chuteiras.

domingo, 17 de julho de 2011

Marcos conta história de bastidores do Palmeiras e justifica fama de boa praça

Em conversa com o repórter Fernando Fernandes, da TV Bandeirantes, Marcos mostrou mais uma vez porque é considerado unanimidade no futebol brasileiro. Ao conceder entrevista para o quadro "Papo de Boleiro", do Band Esporte Clube, o goleiro do Palmeiras revelou história dos bastidores do clube e relembrou momentos de suas quase duas décadas de alviverde.

O jeito humilde e boa praça do goleiro o diferencia da grande maioria dos jogadores. Marcos não fala o politicamente correto e não reproduz o entediante discurso dos boleiros. Aquele que um dia já foi "santificado", fala o que tem na cabeça, mesmo que seja para criticar a diretoria em frente a imprensa, cobrar dedicação do time quando está em má fase ou realizar a auto crítica de maneira sensata e bem humorada.

Como não poderia deixar de ser, a entrevista exibe as glórias da carreira do goleiro que atingiu o ápice na conquista da Copa do Mundo de 2002 na época em que a Seleção ainda dava vontade de assistir. O comprometimento e a sinceridade de Marcos farão falta no burocrático futebol brasileiro.


PARTE 1:



PARTE 2:

Após ser desqualificado, Tite vive fase de reconhecimento no Corinthians

Tite vive bom momento no Corinthians, mas sequência no
Brasileiro deve trazer instabilidade

O Corinthians acompanha a realização dos jogos da décima rodada do campeonato brasileiro de forma tranquila, sem nenhuma preocupação. A paz no time do Parque São Jorge se deve ao incontestável trabalho que vem sendo realizado por Tite e todo o grupo alvinegro que obteve até aqui 92,6% dos pontos. Marca impressionante e que deve ser destacada pela dificuldade do Campeonato Brasileiro.

Na boa fase vivida pelo Corinthians, o que chama a atenção é a mudança de discurso repentina adotada pela mídia e, consequentemente, por muitos dos torcedores. Após a vexatória eliminação para o Tolima na Libertadores, Tite foi analisado como fraco e incapaz de dirigir um time do porte do alvinegro. O currículo do treinador não o credenciava para para a conquista dos títulos que a torcida esperava, segundo a análise de alguns dos profissionais da imprensa esportiva.

Chega o Campeonato Brasileiro e tudo muda de figura. O Corinthians dispara na frente dos adversários e o treinador que era alvo de desconfiança tornou-se o maior candidato ao título. Antes de Tite, Carpegiani viveu situação semelhante ao vencer os cinco primeiros jogos no São Paulo. Após perder feio para o Corinthians e somar três derrotas consecutivas, o treinador são paulino teve que fazer suas malas e logo perdeu o status conseguido por apostar nos jogadores da base do clube.

A crítica fica para a mudança de classificação do trabalho de um técnico após duas ou três partidas. Não se dá tempo para a concretização de um trabalho. Alguns jogos ruins já são suficientes para derrubar um treinador no Brasil, esquecendo todo o trabalho que foi feito e todo o contexto que faz parte de um time de futebol. Não há paciência, muito menos planejamento. Apesar da grande fase, não vejo Tite conduzindo o Corinthians ao título brasileiro. No longo campeonato nacional, outros times seguirão glorificando seus comandantes em um dia para colocá-los na sarjeta na semana seguinte. Quem foge à regra e mantem os treinadores por maior período, se destaca. Difícil é encontrar dirigentes que seguram a pressão nas "crises" anunciadas dia sim, outro também.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Curtinhas radiofônicas

Hora do Brasil: Andrew Jennings, jornalista inglês que persegue os casos de corrupção na FIFA, virá ao Senado Federal em agosto para apresentar denúncias contra Ricardo Teixeira e João Havelange. Dez anos depois da realização de uma CPI da bola, os representantes do povo voltam a investigar os bastidores do cristalino futebol nacional. Apesar da boa iniciativa na vinda de Jennings, não dá para apostar em nenhuma condenação da Confederação Brasileira de Futebol, sempre tão preocupada no desenvolvimento do esporte no Brasil.


Hora do Brasil 2: Enquanto Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo, se preocupa em conceder uma pequena esmola de mais de R$400 milhões em isenção fiscal para o estádio corintiano em Itaquera, Andrés Sanchez prepara uma oferta simbólica para trazer Carlitos Tevez de volta ao Corinthians. Em uma atitude que demonstra um planejamento sensato e realista, Andrés ofereceu R$89 milhões pelo atacante, valor que comprometeria o orçamento do clube para os próximos 4 anos e utilizaria o dinheiro das cotas de TV de forma antecipada. O Centenário passou em branco, mas o simpático presidente alvinegro encontrou no estádio e na vinda de Tevez uma forma de se consagrar com a torcida e fazer seu nome na história do clube a qualquer custa. Enquanto o Corinthians assume a conta de Carlitos, o povo paga o Itaquerão.


Sem sintonia: A alta cúpula são paulina não ficou muito satisfeita com a repercussão da matéria do UOL sobre o despreparo físico e a sequência de contusões do time na temporada 2011. A entrevista com Turíbio Leite de Barros, fisiologista do clube por 25 anos que foi demitido no ano passado, jogou mais um problema no colo da diretoria. O São Paulo sofre com as inexplicadas saídas de Turíbio, Carlinhos Neves e Marco Aurélio Cunha? A dúvida é pertinente, mas Juvenal Juvêncio segue em silêncio. A fase do São Paulo não é boa e o dirigente da fala bonita e atitudes incoerentes prefere não aparecer para dar explicações.


Intervalo: Apesar do sonho de jogar no futebol europeu, Neymar não deve estar com a cabeça tão preocupada com uma transferência neste momento. Além do razoável salário de R$500 mil no Santos (que está quase sendo dobrado na tentativa da diretoria santista manter o jogador), Neymar deve assinar contrato essa semana com a Ambev, o que seria seu décimo patrocinador pessoal. Símbolo da renovação do futebol brasileiro, o craque do moicano loiro já é garoto propaganda das empresas Nike, Red Bull, Ig, Panasonic, Nextel, Ministério do Turismo, Lupo, Claro e Tenys Pé. Os trocados da publicidade devem estar ajudando o atacante a sobreviver.


Rádio Pirata: A torcida do River faz campanha para que o time jogue de luto na segunda divisão do campeonato argentino. A ideia é que a equipe que mais venceu o campeonato hermano jogue com um uniforme todo preto, sem as cores tradicionais do clube, para não "manchar" sua história de 110 anos. A proposta é criativa e vale para a superstição do torcedor, mas seria melhor ter pensado no planejamento e conseguido alguns pontinhos a mais que evitariam o maior vexame da história do River.




Pilha fraca: O Anzhi Makhachkhala, time russo cujo nome complica os profissionais da imprensa esportiva, realizou um amistoso de pré temporada com o Comercial de Ribeirão Preto na Áustria. Embora tenha investido milhões nas contratações de Roberto Carlos, Diego Tardelli e Jucilei, o time russo jogando completo não foi páreo para o Bafo. 2 a 1 para a equipe brasileira que acaba de subir para a primeira divisão do futebol paulista. E Roberto Carlos ainda tenta convencer Neymar a ir jogar no Anzhi...


"E que goooool": Há exatos 17 anos, no dia 13/07/1994, Romário, do alto de seus 1,69m, marcou de cabeça o único gol da vitória sobre a Suécia que garantiu o Brasil na final da Copa do Mundo dos Estados Unidos. Ouça o gol nas vozes de José Carlos Araújo, o "Garotinho" e depois na inconfundível voz de Osmar Santos.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Como a Seleção de Teixeira foi acabando com a minha paixão...



As denúncias de corrupção envolvendo o nome de Ricardo Teixeira já deixaram de ser novidade para aqueles que acompanham futebol no Brasil. Há mais de uma década notícias da imprensa nacional e internacional relatam os esquemas de recebimento ilegal de dinheiro e as manobras que o mandatário realiza no futebol brasileiro desde quando tornou-se presidente da Confederação Brasileira de Futebol, em 1989, ano em que nasci.

Hoje estou com 22 anos e, quem me conhece, sabe da minha paixão pela área esportiva e, mais precisamente, pelo futebol. Desde os tempos em que frequentava as salas de aula, ainda na infância ou adolescência, encontrava uma maneira de maneira de puxar algum assunto relacionado ao meio esportivo, seja em uma despretenciosa conversa entre amigos ou no tédio da fila do banco. Quem gosta de esporte provavelmente já deve ter utilizado da clássica estratégia de perguntar o time de futebol ao taxista ou ao porteiro do prédio. A tática, quase que infalível para fazer algum brasileiro desandar a falar e criar um clima mais amistoso, só não funciona quando você encontra alguém que não torce para nenhum time. Como é difícil tentar puxar assunto nessas situações! Quem gosta de conversar sabe como é duro... Mas aí é a hora de utilizar um curinga poderoso, quase que infalível: a Seleção Brasileira de futebol. Mesmo quem não torce para time nenhum tem o hábito de acompanhar a famosa camisa amarela. Se for época de Copa do Mundo então...

Os faladores de plantão, no entanto, já perceberam que o curinga já perdeu seu poder há algum tempo. A Seleção não é mais a mesma não só pela evidente e necessária renovação do time, mas pela falta de vontade e empenho que caracteriza os jogadores que são chamados para representar o Brasil. Com raríssimas exceções, não se vê no futebol da Seleção nomes que demonstram orgulho por representar uma nação ao vestir a famosa amarelinha.

Juntamente com a sequência de resultados frustrantes do time que um dia já foi unanimidade, os inúmeros casos de corrupção e manobras que beneficiam uma dúzia no país de mais de 190 milhões de pessoas esgotaram a dose de paciência de muitos apaixonados pela Seleção. Escondidos sob a gigantesca tenda do circo que o futebol representa no Brasil, os escândalos de corrupção da CBF são de conhecimento de pequena parcela dos brasileiros que tem o privilégio de receber a informação do que realmente acontece no comando do futebol nacional.

O principal canal de TV do país, que orgulhosamente divulga alcançar mais de 99% do nosso território, simplesmente ignora o que acontece com a CBF e Teixeira. Em prol dos interesses econômicos e das vantagens em ter exclusividade na transmissão dos jogos da Seleção Brasileira e dos campeonatos organizados pela CBF, a emissora se cala. O silêncio da emissora que preza pelo bom jornalismo constrange quem enxerga tudo e não consegue se fazer ouvir diante daqueles que não possuem acesso à internet ou aos veículos de comunicação que não estão com o fio da antena de transmissão esmagados pelo peso de um ditador da bola.

A entrevista de Ricardo Teixeira concedida à repórter Daniela Pinheiro, da revista Piauí, foi o ultimato para muita gente que conheço que insistia em apoiar a Seleção. As palavras ditas por Teixeira mostram que o mandatário se considera muito além de presidente da entidade que rege o futebol brasileiro. Julgando-se o dono do futebol nacional, acima de qualquer lei, o cartola falou à Piauí com a maior naturalidade possível, menosprezando a influência da revista assim como fez com a Record, ESPN, UOL e Lance.

O dono do "Circo Brasileiro de Futebol", conforme diz José Roberto Malia, colunista do portal ESPN, disse que ninguém deveria se meter na CBF por ser uma empresa particular. Além de fazer pouco caso das denúncias de corrupção que envolvem seu nome, Teixeira deu o recado que poderá fazer o que quiser na Copa de 2014, não concedendo credenciais de imprensa ou proibindo o acesso de pessoas aos jogos do Mundial. Tudo isso sem que nada aconteça, profetizou o rei da bola ciente que a impunidade impera no Brasil.

Apesar de saber de todas as dificuldades da realização de uma Copa do Mundo no Brasil, confesso que era um dos apoiadores da realização de um mundial em nosso país, desde que custeado majoritariamente pela iniciativa privada. Enquanto empresas investiriam na construção de estádios, o governo ampliaria a estrutura das cidades sede, trazendo benefícios para a população. Doce ilusão... A ideia de empresas particulares financiarem a Copa serviu somente para vender o projeto de tamanha magnitude em um país com tamanhas carências. Dia após dia vê-se que quem realmente pagará esta conta é o cidadão brasileiro, tão necessitado de investimentos em áreas básicas como saúde e educação.

Sei que não há a possibilidade de não realização da Copa no Brasil. Autoridades de discurso ufanista jamais reconheceriam que não temos a menor condição de sediar um evento deste porte. O que nos resta agora é fiscalizar as obras e não deixar que nos empurrem novos absurdos goela abaixo. É hora de mostrar ao senhor Teixeira que existe muito poder além da Rede Globo e que a população brasileira não é massa de manobra. Não dá para aceitar que, na democracia brasileira, um homem se mantenha a frente do nosso futebol por 22, 25, 30 anos, nos fazendo de idiotas.

Começar um movimento para arrancar alguém que já criou raízes no poder não é uma das ideias mais simples de se acreditar. Definitivamente não acredito ser capaz de criar uma revolução através das curtas ondas deste Radinho. Por outro lado, todo e qualquer esforço para impedir mais escândalos com o nosso dinheiro e a nossa histórica paixão pelo futebol é válido. É hora de cobrar os representantes do povo que tem obrigação de vistoriar e impedir o mau uso do dinheiro público. É hora de acompanhar as notícias a respeito das obras para a Copa do Mundo e protestar contra absurdos como aquele em que deputados sugeriam não divulgar os valores gastos com a preparação das cidades para o mundial. É hora de fazer barulho e mostrar que tem como fazer diferente.

Durante toda a vigilância para tudo o que acontece no futebol brasileiro e na organização da Copa do Mundo, sugiro fechar os olhos para descanso enquanto a camisa amarela estiver em campo. Há tempos a seleção já não desperta em mim sentimento algum. Quem gosta de futebol já prefere assistir o time de coração há muitos anos... Por mais que doa neste povo apaixonado, um prejuízo financeiro na CBF afetaria também os bolsos do homem que é o tumor do futebol brasileiro. Para curar uma doença assim, só vejo como saída um tratamento de choque. Quem sabe assim o curinga verde amarelo voltará a ter validade na hora de puxar assunto e despertar o orgulho adormecido representado pela camisa amarela.


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Record exibe nova matéria sobre Ricardo Teixeira e mostra as revoltantes declarações concedidas à Piauí.


PARTE 01:




PARTE 02:




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domingo, 10 de julho de 2011

Cartolagem do futebol brasileiro é denunciada em série de matérias da Record

No mês de junho a Record divulgou uma série de matérias sobre o futebol brasileiro e listou algumas das muitas suspeitas de corrupção na administração do esporte de maior interesse no Brasil.

É importante lembrar que a emissora de Edir Macedo não produziu as reportagens com o único objetivo de escancarar o que está escondido sob a paixão que o futebol desperta no torcedor brasileiro. A Record tenta, a qualquer custo, arranhar a imagem da dupla CBF e Globo que se uniu em busca de benefícios. Enquanto a entidade que comanda o futebol nacional concede todos os privilégios possíveis à emissora carioca, o maior canal de TV no Brasil retribui com pagamentos polpudos e ainda mantem a sujeira bem escondida sob o encardido tapete do "circo brasileiro de futebol".

A Record ficou sem a transmissão do Campeonato Brasileiro no triênio 2012-2015 e segue longe do seu objetivo de ultrapassar a Globo como principal emissora de TV no Brasil. Embora as reportagens sejam extensas e não possam ser assistidas em cinco minutos, vale reservar um tempo para saber mais do que acontece no futebol brasileiro.

Em meio ao sentimento de revolta, fica a sensação de inconformismo ao saber que apesar de tantas denúncias, nada mudará. Falta interesse das autoridades que poderiam agir para promover uma limpeza pesada em meio a tanta imundice... Tem muito rabo preso no gordo tapete da CBF.


O enriquecimento de Ricardo Teixeira
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Andrés Sanchez, presidente do Corinthians, e sua relação com Ricardo Teixeira
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A farra dos ingressos no futebol brasileiro:




O estranho enriquecimento de cartolas de diferentes times no Brasil:




Joseph Blatter e os seguidos escândalos de corrupção na FIFA:

sábado, 9 de julho de 2011

Revolta de torcedor do River faz sucesso nas redes sociais

A queda do River Plate para a segunda divisão foi um dos assuntos mais repercutidos pela imprensa esportiva na última semana. Poucos dias após o fracasso do maior campeão argentino, o nome de Tano Pasman entrou para a lista dos tópicos mais comentados no Twitter.

Quando assisti ao vídeo entendi porque o torcedor hermano fez tanto sucesso nas redes sociais. Exemplo caricato do torcedor apaixonado, o argentino se revolta com o fraco desempenho que levou o River ao maior vexame dos seus 110 anos de história.

Veja no vídeo toda a revolta e ira de Tano Pasman.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Conca e o interminável confronto entre dinheiro e carreira no futebol

A saída de Conca do Fluminense expõe, mais uma vez, aquela que talvez seja a principal dúvida na cabeça de um jogador de futebol. Conquistar reconhecimento por jogar em times de tradição ou encher ainda mais os bolsos de dinheiro e arrecadar cifras inatingíveis no futebol europeu e muito menos possíveis no futebol brasileiro? Apesar de uma situação não excluir a outra, são raros os jogadores que são premiados com propostas milionárias de clubes onde sempre sonharam em jogar.

O que fazer no caso do argentino, ídolo da torcida do Flu e símbolo do título Brasileiro do ano passado, que recebeu proposta do futebol chinês para torná-lo o terceiro jogador de futebol mais bem pago do mundo? Que o futebol chinês não é o mais atraente em termos técnicos, ninguém discute... O fato é que ao assinar contrato com Guangzhou Evergrande, Conca receberá R$60 milhões em três anos, valor inferior somente aos ganhos de Cristiano Ronaldo e Lionel Messi.

Se por um lado o argentino pode comemorar por acumular cifras equivalentes a um prêmio de loteria, por outro não terá o reconhecimento e destaque que obtinha jogando no Fluminense. Caso optasse por seguir no clube, não teria caminho diferente a não ser uma vaga em um grande clube europeu. O meia já mostrou futebol e potencial para isso. De forma tímida e fugindo do estilo boleiro, Conca sempre foi aquele jogador querido pelo grupo, treinador e torcedores, tamanho profissionalismo que até causa estranheza no Brasil por sua ausência na seleção argentina.

Apesar da decisão ser particular do jogador, fica o questionamento a respeito da escolha do argentino. Torcedores e profissionais da imprensa esportiva seguem a discutir se um jogador com a categoria e profissionalismo do meio não merecia uma oportunidade melhor. Conca tem espaço em clubes europeus, de tradição, popularmente chamados de grandes. O tamanho dos times e a oportunidade de fazer o nome nos gramados do velho mundo e ser ídolo na seleção de seu país, no entanto, não foi suficiente para vencer as dimensões chinesas e suas estratosféricas cifras... A conta do argentino enriquece, mas sua carreira e o futebol brasileiro ficam com saldo negativo.

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Jornalista chinesa tenta animar Conca na entrevista de despedida do jogador nas Laranjeiras




Torcedor do Fluminense faz vídeo em homenagem ao argentino




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FRASES:

Foi uma decisão muito difícil. Não tomei na hora. Pensei muito e pesei o que era melhor para mim. Não quero falar sobre o dinheiro, pois não cabe neste momento” - Conca despede-se do Fluminense e evita falar sobre o fator que o tirou do clube das Laranjeiras

Ele não ganhava mal no Fluminense. Fico triste quando vejo um grande jogador com uma mentalidade muito pequena. Vai acabar com o seu futebol. Vai estar bem financeiramente, mas lá na China ele vai sumir. Vai ficar com saudade. E depois vai querer voltar.” - Muller, comentarista do SporTV, critica a decisão do jogador.

Em manhã de Vanucci, Tande é flagrado mascando chiclete ao vivo

As gafes esportivas na Rede Globo não tem sido protagonizadas somente pelo narrador Cléber Machado. No último domingo, durante o Esporte Espetacular, Tande foi surpreendido com a entrada de câmera e não conseguiu esconder que mascava um chiclete quando foi chamado diretamente da Argentina. Sem conseguir falar, o ex-jogador de vôlei acabou cuspindo o chiclete.

A sequência do vídeo não é exibida no arquivo disponibilizado no Youtube, mas Glenda Kozlowski, que também apresentava o programa, chegou a brincar que logo o vídeo estaria na internet. Não deu outra...

Quando o apresentador Fernando Vanucci ainda estava na Globo, foi flagrado comendo uma bolacha ao vivo e a gafe acabou lhe custando o emprego. Como Tande tem se saído bem na emissora, deve ter levado somente uma dura do diretor e aconselhado a não comer mais nada durante a apresentação de algum programa. Confira a cena que deixou o novato apresentador sem graça.

"A mega rampa é muito legal..."

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Caso de racismo contra Roberto Carlos passa impune na Rússia. Até quando?



A
sensação de injustiça e inconformismo com determinado fato ocorrido no Brasil acostumou o povo brasileiro a pensar que certas coisas só acontecem em nosso país. Basta que um novo escândalo de corrupção passe impune ou um infrator consiga escapar da lei sem nenhuma punição e facilmente encontra-se por aí o pensamento do  "tinha que ser no Brasil".

Do outro lado do mundo veio a resposta que não é só em nosso país que absurdos passam impunes. O absolvimento do torcedor russo que atirou uma banana no gramado para provocar Roberto Carlos mostra que a impunidade não é exclusividade brasileira.

Assim como no futebol nacional, a atitude racista despertou a atenção da mídia, surgiram alguns comentários sobre uma provável punição ao time do torcedor, mas o final foi o de sempre. 

Em sua defesa, o torcedor alegou que havia levado uma banana para comer no estádio e, durante uma confusão na arquibancada, teve de esticar as mãos para fora da grade para não esmagar a fruta que tinha em mãos. Se acreditar que um torcedor levaria uma banana para comer no estádio já é difícil, imagine aceitar a coincidência que a banana "escorregou" de suas mãos e chegou até o distante gramado, caindo justamente ao lado de Roberto Carlos que já sofrera com atos racistas anteriormente. Explicação absurda e sem o menor sentido que incentiva novos gestos de preconceito.

O racismo continuará fazendo parte do esporte enquanto punições severas não forem aplicadas a torcedores e clubes. Não adianta aplicar multa ou adotar penas alternativas aos agressores de cabeça fraca e pensamento pequeno. Esse tipo de torcedor não fará a menor falta em um estádio, portanto, além de passar um tempo preso, deve ser banido de eventos esportivos. Já passou da hora de tomar alguma providência para acabar com estes casos de intolerância que mancham o esporte e ferem o princípio básico da igualdade nos direitos humanos.

A intolerância e preconceito que atinge mentes racistas é estimulada pela falta de punição. No Brasil ou em qualquer canto do mundo, esse tipo de atitude só será combatida com punições exemplares. O tema, além de ser preocupação das autoridades locais, deveria ser estimulado pela FIFA que prega respeito e o famoso "fair play" no futebol.

Em tempo: Roberto Carlos fez bem ao sair de campo após o ocorrido. Deveria ter sido a mesma a atitude dos jogadores em campo, independentemente da equipe em que atuam.

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"Estou indignado com o comportamento do torcedor que ofendeu não apenas a mim, mas a todos os jogadores presentes. E não apenas os jogadores, mas todo o futebol russo. Isso também me machuca muito porque a maioria das pessoas na Rússia é acolhedora, mas, infelizmente, existem esses idiotas" - Roberto Carlos

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